--Não adianta! Não vou sair daqui. -- acabei de gritar.
Nossa! Como esse banheiro é apertado! Mas pelo menos posso escrever de novo no meu diário. Aliás, preciso contar como está sendo esse dia maluco.
Hoje tinha tudo para ser um dia ótimo, afinal, tive mais um noite maravilhosa com o Kevin, ainda que tenha sentido uma pontada de culpa por estar traindo a confiança de Emely. Ela foi a primeira pessoa que conheci quando deixei o Brasil para vir para Nova York e ele é namorado dela.
Enfim, acordei feliz, escrevi tudo, em detalhes, aqui e fui trabalhar. A Something Store é uma loja meio maluca. Tenho que empacotar uma infinidade de coisas e pessoas que pagaram dez dólares recebem uma caixinha sem saber o que compraram. Minha cabeça ainda estava vagando pela noite passada, então, entre um e outro pacotes, embalei meu companheiro: o meu diário.
Quando percebi meu erro era tarde demais. Meus segredos mais profundo estavam indo para uma casa que, por sorte, ficava à quatro quadras da loja. Com pressa nem percebi que já conhecia tal endereço. Só notei que era a casa da Emely quando já estava aqui.
--Oi! Pode entrar! Que surpresa boa!
Suspirei profundamente nos meus pensamentos. Ela ainda não tinha lido.
--Olha o que acabei de receber -- comentou abrindo meu diário. -- Parece o seu, não?
Tremi. Ela estava lendo e logo ia perceber minha traição. Quando vi uma sutil mudança em sua expressão, peguei o caderno das mãos dela e corri para o banheiro, onde estou até agora. Meu chefe já ligou demitindo-me, Emely quer a minha alma... Os gritos pararam, está um estranho e suspeito silêncio.
Um pequeno "crack" começou a soar e está ficando cada vez mais alto.
Ai meu Deus! Ella está arrombando a porta! Se eu sobreviver, escrevo mais tarde.
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Nessa proposta a gente tinha que narrar uma história com uma das lojas bizarras escritas no texto de apoio como local. Totalmente "O Diário da Princesa", não?